A incineração de lixo infectante, também chamado de resíduo do grupo A segundo a RDC ANVISA nº 222/2018, é um processo controlado de combustão em alta temperatura destinado a eliminar agentes patogênicos e reduzir o volume do resíduo. Abaixo estão os principais procedimentos técnicos e legais envolvidos:
🔥 ETAPAS DO PROCESSO DE INCINERAÇÃO
1. Recebimento e Triagem dos Resíduos
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Os resíduos são recebidos em embalagens específicas (normalmente sacos brancos leitosos com símbolo de infectante).
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São pesados, registrados e inspecionados.
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Verifica-se a conformidade do resíduo com os aceitos no sistema de incineração.
2. Armazenamento Temporário
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Os resíduos são armazenados em ambiente refrigerado (se necessário) e ventilado, com piso impermeável e sistema de contenção de líquidos.
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Devem permanecer armazenados por tempo limitado, conforme definido no PGRSS (normalmente até 48h, no máximo 7 dias).
3. Alimentação do Forno
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Os resíduos são colocados na câmara primária do incinerador, manualmente ou por sistemas automáticos.
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O incinerador deve atender a especificações técnicas, como:
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Temperatura da câmara primária: mínimo de 800 ºC.
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Temperatura da câmara secundária: mínimo de 1.100 ºC, com tempo de residência de gases ≥ 2 segundos.
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4. Combustão
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Na câmara primária ocorre a combustão parcial dos resíduos.
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Na câmara secundária ocorre a oxidação total dos gases, destruindo agentes patogênicos e substâncias tóxicas.
5. Sistema de Tratamento de Gases
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Essencial para evitar emissão de poluentes como dioxinas e furanos.
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Inclui:
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Lavadores de gases (scrubbers)
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Filtros de mangas ou ciclones
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Controle contínuo de emissão (opcional, mas recomendado)
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As emissões devem estar dentro dos limites da CONAMA nº 316/2002 e legislações estaduais.
6. Resíduos Pós-Incineração
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Cinzas e escórias geradas devem ser classificadas (NBR 10004) e, em geral, são resíduos perigosos (classe I).
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Devem ser encaminhadas para aterros industriais licenciados ou, em alguns casos, podem passar por tratamento prévio.
🧾 ASPECTOS LEGAIS E DE SEGURANÇA
Requisitos normativos:
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RDC ANVISA 222/2018
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Resolução CONAMA 358/2005
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Resolução CONAMA 316/2002
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Normas ABNT NBR 11175, NBR 12808
Monitoramentos obrigatórios:
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Temperatura e tempo de residência dos gases.
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Emissão de material particulado, CO, NOx, dioxinas e furanos (dependendo da licença).
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Quantidade de resíduo incinerado e cinzas geradas.
Segurança:
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Funcionários devem usar EPIs adequados e passar por treinamentos de biossegurança.
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Instalações devem contar com planos de contingência para vazamentos, incêndios ou falhas de operação.
Se quiser, posso montar um fluxograma do processo ou um modelo de procedimento operacional padrão (POP) de incineração. Quer seguir por esse caminho?