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A relação de consumo e descarte de celulares velhos no Brasil



A relação de consumo e descarte de celulares velhos no Brasil


Pensamento Verde
Você sabia que a quantidade de celulares ativos no Brasil já ultrapassou o número de habitantes do País? A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contabilizou, em março de 2018, um total de 283,4 milhões de aparelhos de telefonia móvel em funcionamento. A demanda é crescente e, com ela, aumenta também o volume de celulares velhos no Brasil.

A cada ano, os fabricantes lançam modelos novos, com design e funcionalidades cada vez mais atraentes, que estimulam o desejo do consumidor por um novo aparelho. Estudos mostram que o brasileiro troca o celular, no máximo, a cada dois anos — sendo que algumas pessoas possuem dois aparelhos, além de tablet e notebook.

Como consequência desse cenário, o descarte de celulares velhos no Brasil é altíssimo, ultrapassando o volume de 1,4 milhão de toneladas por ano. Esse número coloca o Brasil no topo do ranking de países da América Latina que mais produz lixo eletrônico. O que fazer para resolver esse problema, afinal?

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor desde 2010, cria responsabilidades e obrigatoriedades com relação à destinação correta de resíduos, o que inclui o descarte adequado do lixo eletrônico. Porém, o País ainda conta com poucos postos para o descarte de celulares velhos, e o nível de reciclagem deste tipo de resíduo é muito baixo.

O Brasil conta com poucos centros de reciclagem de aparelhos de telefonia móvel, e o resultado disso são milhões de celulares velhos que ficam guardados nas residências por um período e que, depois, acabam sendo descartados junto com o lixo comum. O pior dessa situação é o descarte indevido das baterias, que contêm muitas substâncias tóxicas ao meio ambiente e à saúde pública.

Celulares: 80% dos componentes podem ser reciclados

Cerca de 80% dos componentes de aparelhos celulares podem ser reciclados. Isso porque um aparelho possui a seguinte composição: 45% plástico, 40% placa de circuito, 8% de metais como ouro e prata, 4% de cristal líquido e 3% de placa de magnésio. Esses materiais podem ser separados e reciclados, porém, o processo exige conhecimento técnico e tecnologia específica, principalmente com relação à retirada de metais preciosos.

Todo o plástico do aparelho celular pode ser triturado, derretido e processado até se tornar matéria-prima reciclada para a fabricação de outros produtos — como peças para impressoras ou alças de embalagens. Com um equipamento especial, é possível fazer a separação magnética de metais como ferro, alumínio e cobre.

Já os metais preciosos ficam na placa de circuito. Como no Brasil ainda não há centros de reciclagem dotados desse tipo de tecnologia para extrair ouro e a prata, as placas coletadas são exportadas para países que dominam o processo, especialmente Japão, Alemanha, Canadá e Suécia. Outra solução adequada para lidar com as placas consiste na utilização de um triturador de placas eletrônicas, o que facilita o processamento e descarte dos resíduos.

Celular velho: o que fazer?

Se o aparelho ainda funciona, mas você decidiu substitui-lo por outro mais moderno, faça algo útil com ele, ao invés de deixá-lo “esquecido” em alguma gaveta. Veja quatro sugestões interessantes:

Venda ou doe o aparelho a um familiar ou amigo;
Se a tela estiver intacta, use-o como um porta-retratos digital;
Ao invés de expor seu aparelho novo no carro, utilize o antigo como GPS;
O celular antigo pode servir como leitor digital de livros, apostilas e outros documentos.
Atenção: jamais descarte o aparelho celular inservível no lixo comum!

Sempre verifique onde existe um posto de coleta de celulares e baterias. Consulte a revendedora de celulares, o setor de meio ambiente da prefeitura, o site do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e centros de reciclagem. Sua atitude poderá inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo e, assim, será possível diminuir a quantidade de lixo eletrônico do Brasil.


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