Pular para o conteúdo principal

A rotulagem incorreta é um dos motivos mais bobos para uma multa, pois é algo puramente visual. O fiscal bate o olho no tambor e, se não tiver a etiqueta ou ela estiver ilegível, ele autua.

 A rotulagem incorreta é um dos motivos mais bobos para uma multa, pois é algo puramente visual. O fiscal bate o olho no tambor e, se não tiver a etiqueta ou ela estiver ilegível, ele autua.

Para estar conforme a NBR 12.235 (Armazenamento) e NBR 7500 (Símbolos de Risco), cada embalagem (seja saco, tambor ou caixa) deve ter dois elementos colados:

  1. Rótulo de Identificação: Um retângulo com os textos explicando o que é e quem gerou.

  2. Símbolo de Risco: O losango colorido (o desenho) indicando o perigo.

Aqui está o modelo para você copiar e usar:


1. Modelo do Rótulo de Identificação (Texto)

Este rótulo deve ser preenchido e colado na lateral da embalagem (nunca na tampa, pois se a tampa for trocada, perde-se a identificação).

RÓTULO DE IDENTIFICAÇÃO DE RESÍDUO PERIGOSO

GERADOR (Sua Empresa)

  • Razão Social: [Nome da Sua Empresa]

  • Endereço: [Seu Endereço em Mogi]

  • CNPJ: [Seu CNPJ]

  • Telefone de Emergência: [Seu Telefone 24h ou do Responsável]

  • Ponto de Geração: [Ex: Manutenção, Enfermaria, Produção]

DADOS DO RESÍDUO

  • Nome do Resíduo: [Ex: Estopas e EPIs contaminados com óleo]

  • Código (NBR 10.004/IBAMA): [Ex: 15 02 02*]

  • Estado Físico: [Sólido / Líquido / Pastoso]

  • Data de Início do Acúmulo: [Dia que colocou o 1º lixo no tambor]

  • Peso Bruto (kg): _______

PERIGOS (Marque um X)

[ ] Inflamável [ ] Corrosivo [ ] Tóxico [ ] Reativo [ ] Infectante

OBSERVAÇÕES DE MANUSEIO:

Manter afastado de calor. Uso obrigatório de EPI.


2. Símbolo de Risco (O Desenho)

Ao lado da etiqueta de texto acima, você deve colar o adesivo do Símbolo de Risco (NBR 7500). Eles são losangos coloridos de tamanho padrão (mínimo 10x10cm).

Qual desenho usar?

A. Para Indústria (Químicos/Físicos)

Depende da característica principal do resíduo:

  • Líquidos Inflamáveis (Solventes, tintas, gasolina): Losango VERMELHO (Classe 3) com o desenho de uma fogueira.

  • Sólidos Inflamáveis (Estopas com solvente): Losango LISTRADO BRANCO E VERMELHO (Classe 4).

  • Corrosivos (Ácidos, Soda): Losango BRANCO E PRETO (Classe 8) com desenho de líquido caindo na mão/metal.

  • Tóxicos: Losango BRANCO (Classe 6) com a caveira.

  • Resíduos Perigosos Diversos (Genérico): Se o resíduo é perigoso mas não se encaixa bem nos acima (ex: lâmpadas, pilhas), usa-se o Losango BRANCO (Classe 9) com listras pretas na vertical na metade superior.

B. Para Saúde (Infectantes)

  • Infectante (Grupo A): O clássico símbolo de risco biológico (três luas crescentes sobrepostas em um círculo). O fundo deve ser BRANCO e o símbolo PRETO ou VERMELHO.

    • Regra: Sacos brancos leitosos já vêm com esse símbolo impresso de fábrica. Caixas perfurocortantes (Descarpack) também.


Dicas de "Vida Real" para Mogi das Cruzes

  1. A Chuva e o Sol: Não adianta imprimir em papel sulfite e colar com durex. Se o tambor ficar 1 hora na chuva ou no sol, o papel desmancha ou apaga.

    • Solução: Use etiquetas adesivas plásticas (vinil) ou insira o papel dentro de um "canguru" plástico (envelope plástico autoadesivo).

  2. Tamanho da Letra: A norma diz que deve ser legível a uma distância segura. Use fonte arial tamanho 14 ou maior.

  3. Marcação da Data: O campo "Data de Início" é o que o fiscal olha para saber se você está estocando lixo há mais de 1 ano (o que é proibido sem licença especial). Mantenha isso atualizado.

Resumo Visual

Imagine o tambor. Na "barriga" dele deve ter:

[Retângulo com Texto de Identificação] + [Losango Colorido do Risco]

Próximo passo sugerido: Além do MTR e do Rótulo, existe um documento de segurança chamado FDSR (Ficha com Dados de Segurança de Resíduos). O motorista é obrigado a levar isso na cabine junto com o MTR para saber o que fazer em caso de acidente (fogo, vazamento).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE QUESTÕES AMBIENTAIS E SUA EVOLUÇÃO Desde o decorrer dos primeiros períodos da história a preocupação com a preservação ambiental já era nítida, e desta forma o conflito entre crescimento econômico e proteção ambiental esteve presente ao longo dos séculos. O aumento de bem-estar social proporcionado pelo vigoroso crescimento, bem como desenvolvimento econômico mundial ocorrido no século XX, é ameaçado pelas transformações ambientais ocorridas, em sua maioria, pela consequência das práticas deliberadas das ações humanas. No Brasil, desde o período colonial, já existiam instrumentos normativos que objetivavam proteger os recursos ambientais, no entanto, naquele momento a preocupação era de preservar em função de interesses econômicos provindos da exploração ambiental. Tal posicionamento perdurou até a década de 60, onde houveram mudanças drásticas na legislação ambiental com a criação do Estatuto da Terra (em 1964), e posteriormente o novo Códi...

descarte de resíduos perfurocortantes

 No Brasil , o descarte de resíduos perfurocortantes (por exemplo, agulhas, lâminas de bisturi, seringas com agulha, ampolas de vidro quebradas, pontas diamantadas usadas em procedimentos odontológicos etc.) segue normas específicas para proteger a saúde de trabalhadores e evitar contaminações . Em linhas gerais, essas orientações encontram respaldo na RDC ANVISA nº 222/2018 , na Resolução CONAMA nº 358/2005 , na RDC ANVISA nº 306/2004 (revogada em alguns trechos, mas ainda utilizada em vários aspectos) e em normas ABNT , como a NBR 13853 , que trata de embalagens para resíduos de saúde. Abaixo, os principais pontos sobre o correto descarte de perfurocortantes: 1. Definição e exemplos de perfurocortantes Definição : Qualquer objeto ou instrumento capaz de cortar , perfurar ou produzir lesão , potencialmente contaminado com material biológico. Exemplos : Agulhas, lâminas de bisturi, lancetas, ampolas de vidro, microagulhas, escalpes, pontas de sugador odontológico metálic...

NBR 7500 (SB54) de 04/2017 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos

A  NBR 7500 (SB54) de 04/2017 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos  estabelece a simbologia convencional e o seu dimensionamento para identificar produtos perigosos, a ser aplicada nas unidades e equipamentos de transporte e nas embalagens/volumes, a fim de indicar os riscos e os cuidados a serem tomados no transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento. Estabelece as características complementares ao uso dos rótulos de risco, dos painéis de segurança, dos símbolos especiais, dos rótulos especiais e dos símbolos de risco e de manuseio, bem como a sinalização das unidades e equipamentos de transporte e a identificação das embalagens/volumes de produtos perigosos discriminados na legislação vigente. Também estabelece os símbolos de manuseio, movimentação, armazenamento e transporte, para os produtos classificados como perigosos para transporte e os não perigosos, conforme previsto no Anexo P. Aplica-se...