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Descarte Correto em Caixas Descarpack

 


Guia Completo para o Descarte Correto em Caixas Descarpack

O descarte adequado de materiais perfurocortantes e potencialmente infectantes é uma etapa crucial para a segurança de profissionais da saúde, equipes de limpeza e do meio ambiente. As caixas coletoras, popularmente conhecidas como Descarpack, são a embalagem padrão para garantir que esse processo ocorra de forma segura e em conformidade com as normas sanitárias brasileiras.

Seguir as instruções de uso e descarte não é apenas uma recomendação, mas uma exigência legal, regulamentada pela ANVISA (RDC 222/2018) e pelo CONAMA (Resolução 358/2005).

Passo a Passo para o Uso e Descarte Seguro

1. Montagem Correta da Caixa

Antes de iniciar o uso, a caixa Descarpack deve ser montada corretamente para garantir sua integridade e segurança:

  • Estrutura Rígida: Insira o fundo de papelão rígido e a cinta lateral dentro do saco plástico que acompanha o kit.

  • Saco Plástico: Acomode o saco plástico dentro da caixa de papelão externa, forrando todo o seu interior.

  • Bandeja e Tampa: Coloque a bandeja sobre o saco e feche a caixa com a tampa, encaixando-a firmemente. A caixa deve ser mantida em um suporte específico, em local seco e seguro.

2. O Que PODE ser Descartado na Caixa Descarpack

As caixas amarelas são destinadas exclusivamente a Resíduos do Grupo E - Perfurocortantes, que incluem:

  • Agulhas e seringas

  • Lâminas de bisturi, navalhas e lancetas

  • Ampolas e frascos de vidro quebrados (de medicamentos, por exemplo)

  • Cateteres e ponteiras

  • Fios de sutura com agulha

  • Quaisquer outros materiais pontiagudos ou cortantes que tiveram contato com material biológico.

3. O Que NÃO PODE ser Descartado na Caixa Descarpack

É fundamental não misturar outros tipos de resíduos para não comprometer a segurança e o tratamento do material. NÃO descarte:

  • Algodão, luvas, gazes ou qualquer outro resíduo não perfurocortante (estes devem ir para o lixo infectante - saco branco leitoso).

  • Resíduos químicos, citostáticos ou radioativos.

  • Lixo comum ou reciclável.

  • Matéria orgânica.

4. Durante o Uso: Práticas Essenciais

  • Não Reencape Agulhas: Esta é uma das principais causas de acidentes. Descarte a agulha juntamente com a seringa, utilizando o desconector presente na tampa da própria caixa, se disponível.

  • Abertura e Manuseio: Utilize a abertura da tampa para descartar os materiais com apenas uma mão, evitando contato com a parte externa da caixa.

  • Posicionamento: Mantenha a caixa próxima ao local onde o procedimento é realizado para evitar o transporte de material contaminado. O ideal é que ela esteja em um suporte de parede, a uma altura segura e acessível.

5. O Limite de Enchimento é a Regra de Ouro

  • Respeite a Linha Pontilhada: Jamais ultrapasse o limite de enchimento indicado pela linha pontilhada, que corresponde a aproximadamente 2/3 da capacidade total da caixa. Preencher a caixa acima deste limite aumenta drasticamente o risco de acidentes durante o manuseio, lacre e transporte.

  • Verificação Diária: Em locais de alto volume, a verificação do nível de preenchimento deve ser constante.

6. Quando a Caixa Atinge o Limite: Lacrando e Preparando para a Coleta

  • Travamento de Segurança: Assim que o nível de enchimento atingir a linha pontilhada, a caixa deve ser permanentemente lacrada. Feche a tampa e acione a trava de segurança para que ela não possa ser reaberta.

  • Identificação: Certifique-se de que a caixa está devidamente identificada com a unidade geradora e a data de fechamento.

  • Manuseio Seguro: Transporte a caixa sempre pela alça, mantendo-a afastada do corpo. Nunca a pressione ou coloque sobre o colo.

7. A Coleta Final

  • Armazenamento Temporário: Após lacrada, a caixa Descarpack deve ser armazenada em um local seguro e apropriado, conhecido como abrigo temporário de resíduos, até ser recolhida.

  • Coleta Especializada: O descarte final não é feito no lixo comum. A caixa deve ser entregue a uma empresa de coleta de resíduos de saúde ou levada a um ponto de coleta específico, como uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Mogi das Cruzes (no caso de pacientes domiciliares) ou recolhida por serviços contratados (no caso de clínicas, hospitais e estúdios).

O cumprimento rigoroso desses passos é essencial para a prevenção de acidentes e a gestão responsável dos resíduos de serviços de saúde, protegendo toda a comunidade.

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