O Grupo B (Resíduos Químicos) é, de fato, o ponto onde a fiscalização (Vigilância Sanitária e Órgãos Ambientais) costuma ser mais rigorosa. O motivo é simples: enquanto o lixo biológico pode ser tratado com calor (autoclave), o lixo químico não desaparece; ele precisa ser transformado ou isolado quimicamente.
Aqui está o detalhamento técnico do que o seu PGRSS precisa conter para este grupo:
1. O que entra no Grupo B?
No seu PGRSS, você deve listar explicitamente quais químicos sua unidade gera. Os mais comuns são:
Medicamentos vencidos ou impróprios para uso: Comprimidos, xaropes, pomadas.
Sobras de medicamentos: O que restou na ampola ou no frasco após a administração.
Reagentes de Laboratório: Solventes, corantes, ácidos.
Reveladores e Fixadores: (Para quem ainda usa Raio-X analógico ou Odontológico).
Saneantes: Desinfetantes puros que venceram ou foram descartados.
Lâmpadas Fluorescentes e Pilhas: (Entram como resíduo químico perigoso devido ao mercúrio e metais pesados).
2. Regra de Ouro: Segregação e Compatibilidade
Diferente do lixo infectante, você não pode misturar resíduos químicos indiscriminadamente.
Sólidos e Líquidos: Devem ser separados.
Incompatibilidade Química: Nunca misture ácidos com bases, ou cloro com amônia. Isso gera reações explosivas ou gases tóxicos.
No PGRSS: Você deve escrever que "os resíduos químicos são mantidos em suas embalagens originais ou segregados por compatibilidade química".
3. Acondicionamento (Como guardar)
Esta é a parte visual mais importante:
Resíduos Líquidos: Devem ser armazenados em bombonas (galões) rígidas, resistentes e estanques (geralmente de Polietileno de Alta Densidade - PEAD).
Detalhe Crítico: Nunca encher até a boca. O PGRSS deve citar que o limite é 2/3 da capacidade para evitar vazamento por expansão de gases.
Resíduos Sólidos: Podem ser acondicionados em caixas ou sacos específicos (geralmente cor laranja ou identificados com símbolo de risco químico), desde que dentro de recipientes rígidos para transporte.
Identificação: Todo frasco DEVE ter uma etiqueta com:
Nome do produto químico.
Símbolo de risco (Tóxico ☠️, Inflamável 🔥, Corrosivo 🧪).
Data do descarte.
4. A tal da "FISPQ" (Ficha de Segurança)
No capítulo do Grupo B do seu PGRSS, você deve mencionar a FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos).
O que fazer: Tenha uma pasta física ou digital com a FISPQ de todos os produtos químicos perigosos usados na unidade.
Por que: Se houver um derramamento ou alguém ingerir o produto, a FISPQ diz exatamente como proceder (primeiros socorros e limpeza).
5. O Local de Armazenamento (Abrigo)
O lixo químico não pode ficar no chão. A norma exige:
Bacia de Contenção: As bombonas ou frascos devem ficar sobre bandejas ou bacias de plástico. Se o frasco vazar, o líquido fica retido na bacia e não vai para o ralo ou solo.
Ventilação: O local deve ser ventilado para não acumular vapores tóxicos.
6. Destino Final
Você não trata químico dentro da clínica (salvo exceções raras). Você paga alguém para levar.
Incineração: Obrigatória para quimioterápicos, imunossupressores e hormonais.
Aterro Industrial (Classe I): Para químicos perigosos sólidos ou inertizados.
Logística Reversa: Para lâmpadas e pilhas, o ideal é ter contrato com empresas que recolhem esses materiais especificamente para reciclagem dos componentes.
Erro Comum (Cuidado!)
Jogar restos de antibiótico líquido ou revelador de Raio-X na pia.
Isso é considerado Crime Ambiental (Lei 9.605/98). O PGRSS deve conter uma frase explícita proibindo o descarte de químicos na rede de esgoto comum.
Resumo para o seu documento:
Ao escrever a seção do Grupo B, certifique-se de que estes 3 itens estejam claros:
Inventário: "Geramos X, Y e Z."
Procedimento: "Segregamos líquidos de sólidos, usamos bacias de contenção e rotulamos com símbolo de risco."
Destino: "A empresa [Nome da Empresa Contratada] recolhe mensalmente para incineração/aterro Classe I."
11 4722-3991
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