quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Para transportar Lixo Infectante (Grupo A), o veículo precisa atender à NBR 12810 e RDC 222

 O transporte externo (a etapa entre a sua clínica e a usina de tratamento) é o momento de maior vulnerabilidade. Se um acidente acontece aqui, o lixo infectante pode se espalhar em vias públicas. Por isso, essa etapa é rigidamente fiscalizada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e pela Polícia Rodoviária.

Aqui está o "Raio-X" técnico do transporte seguro, dividido em Documentação, Veículo e Motorista.


1. A Documentação Obrigatória (O "Kit do Motorista")

O motorista não pode sair do seu estabelecimento sem estes documentos em mãos. Se a fiscalização parar e faltar um, a multa é pesada e o veículo é apreendido.

  • MTR (Manifesto de Transporte de Resíduos):

    • É o documento de rastreabilidade ("CPF do lixo").

    • Em São Paulo: Deve ser emitido pelo sistema SIGOR (da CETESB).

    • No restante do Brasil: Usa-se o sistema SINIR.

    • O que ele prova: Quem gerou, quem transportou e quem recebeu.

  • Ficha de Emergência e Envelope:

    • Um envelope padronizado (com tarja vermelha) contendo instruções claras do que fazer se o caminhão tombar ou pegar fogo.

  • CADRI (Específico para SP):

    • Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental. A empresa de coleta deve ter um CADRI coletivo onde sua empresa conste como geradora autorizada.

2. O Veículo (Não é qualquer caminhão)

Para transportar Lixo Infectante (Grupo A), o veículo precisa atender à NBR 12810 e RDC 222:

  • Baú Fechado e Rígido: Nada de lona. O compartimento de carga deve ser totalmente fechado, de material liso, lavável e impermeável (para conter vazamentos de chorume).

  • Sem Compactação: É proibido usar caminhões compactadores (aqueles de lixo doméstico que esmagam o lixo) para o Grupo A. Se o saco estourar na compactação, espalha sangue e vírus pela rua.

  • Sinalização Externa (NBR 7500):

    • Rótulo de Risco: O losango (diamante) branco com o símbolo de risco biológico (três crescentes sobrepostos) e o número da classe de risco (6).

    • Painel de Segurança: A placa retangular laranja.

      • Número de Risco: 606 (Risco infeccioso).

      • Número ONU: 3291 (Resíduos Clínicos).

  • Kit de Emergência (NBR 9735):

    • O caminhão deve carregar um kit com cones, pá, enxada, fita zebrada e placas de "Perigo Afaste-se" para isolar a área em caso de acidente.

3. O Condutor (Motorista Especializado)

Não basta ter CNH categoria C ou D. O motorista que transporta lixo hospitalar precisa de qualificação específica para cargas perigosas.

  • Curso MOPP (Movimentação Operacional de Produtos Perigosos): É obrigatório. O motorista aprende a lidar com vazamentos e princípios de incêndio em cargas tóxicas/infectantes. A sigla "MOPP" deve constar na CNH dele.

  • EPI Completo: O motorista e o ajudante não podem coletar o lixo de chinelo ou camiseta. O uniforme obrigatório inclui:

    • Luvas de PVC resistentes.

    • Botas impermeáveis de cano alto.

    • Máscara (respirador) adequada.

    • Colete reflexivo (para ser visto no trânsito durante a coleta).


Resumo do Fluxo Prático

  1. Na sua Porta: O motorista chega, verifica se os sacos estão bem fechados e pesados.

  2. No Celular/Tablet: Ele dá baixa no sistema (ou você assina o MTR físico).

  3. No Caminhão: Ele acomoda os sacos (sem jogar) no baú fechado.

  4. Na Usina: O caminhão é descarregado, o lixo é pesado novamente (para conferir se bate com o peso da saída) e o caminhão é lavado e desinfetado antes de voltar para a rua.

Para a sua segurança jurídica: Sempre exija da empresa de coleta o Comprovante de Destinação Final (CDF) no final do mês. É o único documento que prova que o lixo que saiu da sua clínica foi realmente tratado e não jogado em um terreno baldio.


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