quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Na legislação brasileira (RDC 222/2018), existem tecnologias térmicas e não-térmicas. Aqui estão os processos mais utilizados e aceitos:

 O tratamento do lixo infectante (Grupo A) tem um objetivo técnico claro: redução de carga microbiana. Em termos simples, o processo deve matar bactérias, vírus e fungos a tal ponto que o resíduo deixe de ser perigoso e possa ser descartado como lixo comum (em aterro sanitário) ou usado para gerar energia.

Na legislação brasileira (RDC 222/2018), existem tecnologias térmicas e não-térmicas. Aqui estão os processos mais utilizados e aceitos:


1. Autoclavagem (O mais comum e sustentável)

É o método mais utilizado no Brasil atualmente por ser mais barato e ecologicamente mais amigável que a queima.

  • Como funciona: Funciona como uma gigantesca panela de pressão. Os resíduos são colocados em câmaras de aço e submetidos a vapor saturado sob alta pressão e temperatura (geralmente entre 134°C e 150°C) por um período controlado (cerca de 30 a 60 minutos).

  • O Resultado: O plástico derrete parcialmente e o lixo sai estéril, úmido e compactado. Muitas usinas trituram o material antes ou depois para descaracterizá-lo (para que ninguém identifique que era uma seringa ou bolsa de sangue).

  • Vantagem: Não gera fumaça nem cinzas tóxicas.

  • Restrição: Não serve para peças anatômicas (membros amputados) ou animais mortos.

2. Incineração (Térmico por Queima)

É a destruição total pelo fogo controlado em alta temperatura.

  • Como funciona: O resíduo é queimado em fornos especiais com duas câmaras. A primeira queima o lixo (acima de 800°C) e a segunda queima os gases gerados (acima de 1200°C) para evitar poluição do ar.

  • Obrigatório para:

    • Grupo A5 (Príons): Tecidos com suspeita de "Vaca Louca" (Creutzfeldt-Jakob), pois o príon resiste à autoclave.

    • Peças Anatômicas: Membros, fetos.

    • Carcaças de Animais: De laboratórios ou clínicas veterinárias.

    • Quimioterápicos: (Grupo B) que muitas vezes estão misturados com infectantes.

  • Vantagem: Reduz o volume do lixo em até 95% (sobra apenas cinza).

  • Desvantagem: Alto custo operacional e risco de emissão de Dioxinas e Furanos (cancerígenos) se os filtros da chaminé falharem.

3. Micro-ondas (Desinfecção por Radiação Eletromagnética)

Uma tecnologia mais moderna que vem ganhando espaço em hospitais que tratam o lixo in loco (dentro da própria unidade).

  • Como funciona: O resíduo é primeiro triturado e umidificado com vapor. Depois, passa por um túnel de micro-ondas que agita as moléculas de água dentro das células dos microrganismos, elevando a temperatura de dentro para fora e destruindo os patógenos.

  • Vantagem: Processo rápido, limpo e sem vasos de pressão perigosos.

  • Desvantagem: Custo de manutenção alto e exige trituração prévia (as lâminas desgastam rápido com metais).

4. Tratamento Químico (Desinfecção)

Menos comum para grandes volumes, mas usado para líquidos ou situações específicas.

  • Como funciona: Os resíduos são triturados e banhados em substâncias químicas potentes (como hipoclorito de sódio em alta concentração, ácido peracético ou glutaraldeído).

  • Desvantagem: O produto químico resultante também é um poluente e precisa ser neutralizado antes de ir para o esgoto ou aterro.


Tabela Comparativa para Decisão Gerencial

TecnologiaCusto OperacionalRedução de VolumeImpacto AmbientalIndicado para
AutoclavagemMédioMédio (compactação)Baixo (Vapor de água)Maioria do Grupo A (Infectantes gerais)
IncineraçãoAltoAltíssimo (vira cinza)Risco AtmosféricoAnatômicos, Animais e Químicos perigosos
Micro-ondasAlto (Energia)MédioBaixoTratamento dentro do hospital

Como saber se funcionou? (Monitoramento Obrigatório)

Não basta ter a máquina. A Vigilância Sanitária exige provas de que o tratamento matou os germes. Isso é feito através de Indicadores Biológicos.

  • Coloca-se uma ampola contendo esporos da bactéria Geobacillus stearothermophilus (uma bactéria super resistente ao calor) junto com a carga de lixo.

  • Se após o processo a bactéria estiver morta, o ciclo foi validado e o lixo pode ir para o aterro comum.

  • Se a bactéria sobreviver, o lote inteiro deve ser reprocessado.


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